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07 junho 2006 

O dia depois do dia da besta.

Ele estava indo à casa de um amigo. Sentiu vontade de comer uma laranja, desceu do ônibus. Eu tenho trinta e cinco centavos no bolso, pensou, será que com esse dinheiro eu compro uma laranja? Não sei, pesa e vê, foi o que pensou em seguida. Ele atravessou a rua e caminhou alguns passos até o armazém. Laranjas, laranjas, havia várias, devia ser época. Suco, de umbigo, do céu, vários tipos. Escolheu a laranja do céu, de preço intermediário. Ele queria uma de suco, mas ele havia apalpado algumas, estavam com uma consistência não muito boa. Pegou a laranja e colocou na balança. O homem da balança não conseguia ver o preço do quilo de laranja, então ele disse ao homem. O homem colocou o preço, a máquina mostrou o preço, trinta e quatro centavos pela laranja. Ele pegou trinta e cinco centavos e pagou ao homem do caixa, o mesmo da balança, e disse: pode ficar com o troco.

Subiu na casa do amigo, falou com ele, deu oi para a família. O amigo almoçou lasanha, ele comeu a laranja. Tinha gosto de laranja do céu, ele não gostou muito, preferia a laranja de suco. Uma pena elas não estarem boas, comentou. Ele fez o que tinha que fazer, o amigo botou calças e então saíram. Primeiro ao banco, depois foram ao cinema.

Entraram na sala de cinema, portando quatro pães de queijo e dois refrigerantes. Ele disse, olhando para o carpete: Cara, que vontade de deitar e ronronar. O amigo riu, do ronronar principalmente. Sentaram, as luzes acesas, o filme sempre demora pra começar. Ele levantou com a sacola dos pães de queijo, que eles haviam acabado instantes antes. Desceu a sala de cinema, pois haviam sentando no meio dela, e era daquelas que da entrada se subia para chegar aos lugares. Colocou a sacola no lixo, então voltou. Antes de entrar na fila de poltronas onde estava seu amigo, deitou no chão. Mexeu-se como um gato, de barriga para cima, de um lado para o outro, com as patas no ar. Ronronou enquanto fazia isso. Um sujeito sentado na fileira de trás olhou para aquilo, então olhou para seu companheiro e disse: que bom que tu ta comigo, se eu contasse ninguém acreditaria. Claro que ele não ouviu isso enquanto ronronava, seu amigo lhe contou depois, do mesmo jeito que contou de um outro cara que olhou para ele enquanto ele estava ali no carpete com olhar incrédulo, e depois virou para frente e deu os ombros. Então ele levantou. Um rosto natural, a principio, que instantes depois se abriu em um sorriso bobo de felicidade. Ele sentou ao lado do amigo. Ambos riram um pouco, baixo. O filme começa.

Chandolino Sauro, tell me: vc realmente fez isso. Ou foi sua imaginação?

Posso te imaginar, com a calça de moleton verde, fazendo isso.

hahahahahahahaha


Vc me diverte, sempre.


beijos

gostei do templeta novo. x}

O template novo é lindo.

O 'amigo' me contou um dia depois.

Enfim..o texto enquanto literatura é ótimo.
Lembra os meus, na real nem um pouco...só o fato da personagem chamar-se ele.

Leia Caio Fernando Abreu, acho que tu tem que ler .

Bejo meu nego.

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