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07 abril 2006 

As crianças estavam na sala...

Ele entrou batendo a porta, furioso. Chutou o gato que estava no caminho. Malditos gatos no caminho, só servem para serem chutados quando as coisas não vão bem. Caminhou rápido até diante dela. Porra, primeiro Gustavo e agora isso! O que você tem Jaqueline? Ele estava realmente brabo.

Jaqueline estava imóvel no sofá, deixou cair o controle remoto da mão ao ver o rosto dele. O noticiário informa mais três mortes no dia ontem. As pessoas estão ficando loucas, é isso que eu digo, dizia um engomadinho sendo entrevistado. Um jovem viciado vendeu a mãe. A mãe! E para um desgraçado sodomita com gostos estranhos. Ele começou a gritar.

Porra! Ele era meu amigo. Meu melhor amigo! O grande homem de camisa regata branca suada era como um armário. Um brutamontes, sim. Daqueles do tipo peão. Como você pôde? Por quê? O que eu fiz de errado? Ele simplesmente não conseguia compreender. Foi quando ela respondeu. Você nunca foi bom o bastante.

O inferno que não foi. Fora o melhor marido que ela poderia arranjar. Trabalhador, honesto, atencioso. Exceto nos dias de jogo. Mas fora melhor do que qualquer outro crápula daquela cidade seria para ela. Comera umas putas algumas vezes, mas nada como aquilo. E foi durante as crises dela. Ela estava louca, descontrolada. Sempre tivera um problema com a bebida. Ele tinha que deitar com alguém enquanto pagava a clínica para a vadia da sua mulher se desintoxicar.

A raiva tomou conta dele por todo. Ele viu a faca em cima da mesa da cozinha. A de cortar carne, sempre a de cortar carne. Foi pegar, calmamente. Segurar o cabo lhe deu uma ereção. Normalmente se sentiria um porco nojento, mas não naquele ali. Uma sensação de potência, uma vontade que não podia ser suprimida.

As crianças estavam na sala...

Eu gostei, apesar de ter achado meio exagerado o fato de as bizarrices cotidianas terem sido MUITO salientadas em um espaço curto.
Mas, ficou bom mesmo assim, só uma observação...

Mas porque porras tem meu nome ali?

Foi o segundo nome que me ocorreu. E não queria botar o primeiro.

:)

discordo do gustavo em um ponto só: não acho que as bizarrices foram salientadas demais num espaço muito curto, acho que esse é o tipo de texto que a gente quer que se prolongue, com mais e mais detalhes. mas td que é muito detalhado fica chato. tipo dostoiévisky, sabe? ok, essa minha opinião não valeu nada: eu adoro o dostô. foi só pra implicar co gustavo pq ele tinha o nome no texto e eu não.

mas, sem frescuras, esse conto tá um tesão.

muito baixo astral.....
Mas é só uma questão de gosto pessoal ! O texto está muito bom !
Teu amado pai

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